Deputado Limma defende que Assembleia se posicione contra privatização dos Correios
out 02, 2019
Proponente de Audiência Pública na Assembleia Legislativa do Piauí, o deputado estadual Francisco Limma (PT) defendeu que o Poder Legislativo Estadual se manifeste contrário à intenção de privatização da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, os Correios. O encontro reuniu sindicatos, entidades e associações, na Sala da Comissão de Constituição e Justiça, na manhã desta quinta-feira (26).
O deputado demonstrou preocupação com a temática, que, segundo ele, já passou da fase dos boatos. “A Assembleia Legislativa não pode ficar de fora dos grandes debates nacionais. Os Correios são uma empresa genuinamente brasileira e patrimônio do nosso povo. Empresa que dá lucro, tem alcance em todos os lugares brasileiros e possui alto índice de credibilidade”, defendeu.
Limma destacou a importância social dos Correios, que atuam nos 5.570 municípios brasileiros, até mesmo as localidades mais distantes. A empresa entrega livros do Ministério de Educação, provas do Enem, atua na logística de distribuição de vacinas, na arrecadação de donativos em caso de tragédias e na distribuição de brinquedos para crianças com o Projeto Papai Noel dos Correios.
“Os Correios possuem uma capilaridade enorme, integrando o Brasil, que tem dimensões continentais. É preocupante que a principal motivação dos favoráveis a essa proposta é simplesmente vender o serviço para grupos estrangeiros, que não têm nenhum compromisso com as pessoas, somente com o lucro”, pontuou Francisco Limma.
Representando a Associação dos Profissionais dos Correios, o diretor de Relações Externas, Luiz Alberto Barreto, acredita que a privatização deve prejudicar o consumidor brasileiro.
“A privatização acarretará o aumento do preço de serviços, deixando pessoas em localidades mais distantes sem assistência. Além disso, mais de 100 mil famílias podem ser afetadas com o desemprego”, disse.
O servidor também destacou que, no ranking de qualidade internacional, o Correio Brasileiro está em 6o lugar no mundo. “Apesar de ter um dos maiores territórios dentre os países, o Brasil pratica uma das menores tarifas do mundo. Tem previsão constitucional, não depende de recursos do tesouro e não recebe recursos do Governo. Ou seja, é uma empresa autossuficiente, de cunho social e lucrativa”, argumentou Luiz Alberto Barreto.
Ao final da audiência, o deputado Francisco Limma (PT) apresentou um requerimento para encaminhar expediente ao Ministério da Economia, ao Senado Federal e à Câmara dos Deputados com o posicionamento contrário da Assembleia Legislativa do Piauí. O requerimento passará ainda por apreciação e votação em Plenário.